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Programa de Partnership: o que é e por que implementar?
Em uma empresa, o empenho dos colaboradores é tão importante quanto o modelo de gestão que se adota. É certo que os resultados da companhia estão atrelados a cada um dos setores que a integram, no entanto, é comum de se ver o reconhecimento voltado apenas para os executivos C-Level.
O resultado disso é a baixa motivação por parte dos demais funcionários. Não é à toa que o índice de engajamento caiu dois pontos percentuais entre 2019 e 2020, chegando a apenas 20%, conforme o mais recente State of The Global Workplace, relatório efetuado pela Gallup.
Por outro lado, há sistemas que podem mudar esse cenário e que vêm ganhando força entre as corporações, como é o caso do Programa de Partnership. Você já ouviu falar nessa estratégia?
O que é um Programa de Partnership?
O termo partnership, do inglês, significa “parceria” em tradução literal. Mas o conceito é mais abrangente no mundo dos negócios, já que equivale a uma ideia de sociedade.
A estratégia vem para ressignificar a relação entre funcionário e empresa e sua estrutura piramidal, na qual o topo se restringe à alta gestão e na base estão os colaboradores. O sistema de partnership, portanto, concede espaço para que colaboradores se tornem, também, sócios da organização.
Esse modelo de gestão pretende viabilizar a participação societária do funcionário de acordo com sua possibilidade de investimento e seu comprometimento acerca do negócio. Dessa forma, reestrutura-se a administração da empresa, o que eleva as responsabilidades do colaborador-sócio e evidencia a necessidade de implementar o programa de maneira estratégica.
É preciso verificar as métricas, tais como KPIs (Key Performance Indicator, ou indicador de desempenho) e OKRs (Objectives and Key Results, ou objetivos e resultados-chave).
Isso porque um plano de ascensão bem estruturado requer análises de desempenho e muita transparência em relação ao que se espera do funcionário. Somado a isso, a organização deve selecionar criteriosamente os novos sócios, evitando que o corpo societário seja pautado na quantidade, mas sim na qualidade.
Como surgiram os Programas de Partnership?
O surgimento desse modelo de gestão se deu através do grupo financeiro multinacional Goldman Sachs, sediado em Nova York. Já no Brasil, a grande pioneira desse sistema foi a corretora Garantia, adquirida por Jorge Paulo Lemann em 1971.
A empresa brasileira mantinha os salários abaixo da média, mas possibilitava bonificações semestrais aos colaboradores a depender da performance individual. O modelo era baseado na meritocracia, o que se mantém até os dias atuais.
Ainda que os partnerships não sejam amplamente difundidos no Brasil – estamos caminhando para isso –, algumas organizações se destacam por aderir a essa estrutura. São elas: Ambev, XP Investimentos e BTG Pactual.
Quais são as vantagens?
Embora instaurar esse modelo de gestão gere alguns desafios quanto à contratação de profissionais qualificados e às maiores responsabilidades, os benefícios do partnership são mais expressivos e devem ser levados em conta.
O simples fato de contar com colaboradores que são também donos da empresa já é um diferencial que o modelo oferece. Afinal, ninguém melhor que os proprietários para prezar pela vitalidade do negócio do qual colherão frutos posteriormente.
E as vantagens não param por aí! Veja algumas vantagens desse tipo de sociedade:
6 motivos para implementar um Programa de Partnership
1- Aumento do engajamento
Recapitulando o que foi mencionado na introdução deste artigo, o índice de engajamento das pessoas no trabalho sofreu queda no último ano. Esse fator é preocupante, considerando que a motivação dos trabalhadores é peça-chave para desenvolver equipes de alto desempenho e obter resultados satisfatórios na companhia.
O partnership possibilita maior nível de engajamento por parte dos colaboradores-sócios, uma vez que sua recompensa depende diretamente de seus esforços. Eis o que chamamos meritocracia no mundo corporativo.
2- Retenção de talentos
Um dos benefícios do programa de partnership é a retenção de talentos, uma vez que se baseia no reconhecimento do valor dos colaboradores, que passam a ter oportunidade de participação como um dos proprietários do negócio.
É uma mudança de perspectiva que alinha os interesses do profissional aos interesses da empresa, favorecendo, então, sua permanência.
3- Habilidades complementares no gerenciamento
Concorrência, presença digital, tendências de mercado, inovações… é preciso ter atenção a tudo isso e muito mais ao gerir um negócio!
Com um mercado cada vez mais competitivo, a gestão precisa se desdobrar ainda mais para que a organização possa se destacar. Se não houver inteligência competitiva, isso pode sobrecarregar os responsáveis e, no fim das contas, prejudicar a produtividade.
Em um modelo de sociedade composta também por colaboradores, a administração da empresa tende a se tornar menos complexa visto que não se concentra nas mãos de uma pessoa só.
Melhor ainda quando os sócios possuem diferentes habilidades – que se complementam – e, se ocupam esse posto, é porque estão aptos à tomada de decisões importantes agilizando processos. Mas é válido ressaltar que só funciona se os profissionais estiverem alinhados com os objetivos e cultura da empresa.
4- Possibilidade de crescimento exponencial
Maior engajamento dos funcionários é sinônimo de bons resultados! Com um sistema de partnership, é possível que a companhia cresça exponencialmente, afinal, os sócios investiram no negócio e pretendem dar o seu melhor para garantir resultados excelentes.
Obter uma curva de crescimento contínua pode estar mais perto do que se imagina!
5- Cultura empresarial
O modelo de sociedade corporativa permite que se consolide uma cultura organizacional, o que eleva as chances de sucesso da companhia.
Uma cultura sólida, bem estabelecida, serve como guia para a conduta dos profissionais, que saberão como agir diante de situações diversas, sejam elas simples ou de maior complexidade. Traz mais objetividade ao trabalho e contribui para um ambiente saudável e para a produtividade.
6- Possibilidade de adotar o modelo ou não
O modelo não é uma imposição, aliás, a verdade é que se trata de uma oportunidade. É totalmente possível aderir à estratégia e, ainda assim, manter alguns colaboradores em seus respectivos postos, como contratados.
Afinal, nem todos desejarão participar de uma mudança tão significativa, além de que nem todos possuem o perfil adequado para compor a sociedade, seja por suas perspectivas de futuro, seja pelo seu nível de desempenho.
É fato que o partnership vem ganhando força entre as organizações, sendo assim, vale considerar caso esteja em busca de alternativas para reter talentos chaves em sua empresa. E se você quer saber mais sobre como promover a evolução dos profissionais da sua corporação, não deixe de conferir nosso artigo O que é o Pipeline de Liderança e qual a sua importância.