Sobre o poder do silêncio…

Se este conteúdo chegou a você em um momento que você precisa se silenciar ou acaba de se dar conta de que precisa de silêncio, separe seu café e vamos lá…E saiba mais sobre o poder do silêncio.

Relembro minhas primeiras aulas de yoga e a grande dificuldade de simplesmente estar lá, de silenciar a mente. Relembro também de minha satisfação quando consegui. Relembro de perdas oriundas da impetuosidade, da impulsividade e da necessidade de falar. Recordo também das vezes que o silêncio foi a melhor e mais profunda resposta.

“O silêncio tem muito mais a dizer do que uma enxurrada de palavras”.

O silêncio e o autoconhecimento

Praticar o silêncio é um exercício de autoconhecimento. Para quem possui um perfil comunicativo e adora um dedo de prosa é um exercício desafiador. 

Nas organizações, na sociedade e na vida cotidiana, somos constantemente movidos a dar nossa opinião. Somos compelidos a aportar algo. E isto, gera algum valor para o outro? Qual necessidade, ao se expressar, precisa ser atendida?

• Nas organizações: quantas vezes nos deparamos com colegas de trabalho que falam o tempo todo, que interrompem, que aumentam o tom de voz, para serem ouvidos? Quantas vezes ficamos boquiabertos com outras pessoas que ficam em silêncio e quando se manifestam trazem clareza do problema e/ou sobre a solução?

Não me refiro ao silêncio desinteressado, àquelas vezes que ficamos estancados em uma “palavra” que difere de meu pensamento ou outras vezes que estamos absortos…

Me refiro ao silêncio observador, consciente e reflexivo. Quantos ruídos de comunicação poderiam ser evitados…

“Quando você procura impressionar as pessoas com palavras, quanto mais você diz, mais comum aparenta ser e menos controle da situação parece ter. Pessoas poderosas impressionam falando pouco. Quanto mais você fala, maior a probabilidade de dizer besteira.” Robert Greene

• Na sociedade: o quão difícil é silenciar frente às injustiças? Praticar a escuta, especialmente quando discordamos, é um exercício de humildade e empatia. Fácil de falar, difícil de exercitar. Quantas vezes o silêncio pode evitar confrontos? Quantas vezes o silêncio pode trazer paz? Quantas vezes ele pode ser mal interpretado?
• Na vida cotidiana e nas relações: é muito natural reagirmos às mais diversas situações do dia a dia, nos defendendo, imputando responsabilidades ou comprando brigas desnecessárias. O silêncio expressa muitos sentimentos simultaneamente: raiva, frustração, mágoa, manipulação, resignação e desapontamento. Expressa também: respeito, honra, admiração, aprendizado, apoio, suporte.

Muitas vezes não estamos prontos para dizer o que queremos, para expressar nosso ponto de vista e aí escolhemos não falar e evitar um conflito.

 “O silêncio pode evitar conflitos e pode também gerar uma gastrite.”

E quando ele é ensurdecedor? 

É interessante observarmos este ponto. Muitas vezes, o silêncio pode ser de grande valia e estratégia quando seu comportamento e perfil natural é de falar, argumentar, ter posicionamento firme e se mostrar como um livro aberto. 

“O silêncio é comprovadamente benéfico, ameniza as tensões naturais do dia a dia, aumentando o pensamento criativo e a autorreflexão tanto quanto a produtividade e a autossatisfação”

O impacto em nós mesmos

Estamos despreparados para o silêncio e para o impacto que pode gerar em nós mesmos e nos outros. Estar consigo mesmo é um exercício de olhar interno, é um mergulho no que temos de luzes e sombras. Nosso silêncio pode amparar, ferir, apoiar. Pode trazer paz ou tempestades…

“O silêncio é muito mais do que a ausência de palavras…”

Diante de tantos ruídos, podemos exercitar o silêncio:

• Estando presente – aqui e agora;
• Gerando reflexões;
• Escutando ativamente;
• Tendo clareza de qual mensagem quer passar com o silêncio;
• Meditando;
• Lendo.

Saber quando calar, para aprender a ouvir, sentir e pensar. Quanto o silêncio é voltado para o autocuidado, para o amor e compaixão com o outro, se trata de uma atitude pensada e valiosa para termos relações mais leves e saudáveis e, resultados mais sustentáveis. 

No silêncio escutamos muitas coisas, nos reconhecemos, nos reconectamos…

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E você? Como tem exercitado o silêncio? O que aconteceria se você exercitasse o silêncio no seu dia a dia? Me conta! Obrigada pelo seu tempo!