O que o dinheiro significa para você: um vilão ou um aliado? Entenda o passo a passo do Planejamento Financeiro Pessoal e como este processo transforma seu suado dinheiro num grande aliado em sua vida!

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    O que o dinheiro significa para você: um vilão ou um aliado? Entenda o passo a passo do Planejamento Financeiro Pessoal e como este processo transforma seu suado dinheiro num grande aliado em sua vida!

    Eu converso muito sobre dinheiro com as pessoas. Por saberem que sou Planejadora Financeira, elas naturalmente comentam comigo suas percepções sobre o assunto.  

    Falam que investem, mas se sentem inseguras sobre como estão fazendo.  Comentam não ter organização alguma sobre suas finanças e como isso as incomoda muito. Ou ainda,  manifestam verdadeira aversão ao assunto. 

    Invariavelmente, nestas conversas informais, fico com a certeza que as pessoas não imaginam o que é um Processo de Planejamento Financeiro Pessoal completo. Menos ainda imaginam que este processo é uma grande oportunidade de ressignificar o dinheiro em suas vidas. Para alguns, o dinheiro é um grande vilão até o momento em que tomam as rédeas da própria situação financeira e conseguem enxergá-lo como um aliado que permite que seus sonhos se tornem realidade.

    Eu, particularmente, mesmo tendo domínio a respeito, não acho o tema super simples quando penso no processo como um todo. É bastante amplo e técnico, envolvendo diversas áreas de conhecimento. O que muita gente não sabe é que o Planejamento Financeiro vai além dos investimentos ou da gestão de dívidas, como ouço com frequência. E, nos últimos anos, com a intensa discussão acerca da reforma da previdência, a preocupação com a preparação para a aposentadoria também passou a ser um dos focos principais para a procura de um planejador financeiro.

    Como uma apaixonada pelo tema, tenho a convicção que o processo é transformador, especialmente quando é aliado a fatores humanos como: sonhos, crenças sobre dinheiro, dificuldades na gestão das finanças, organização, disciplina, motivação, apetite a riscos, aversão a perdas ou até mesmo temas sensíveis como falar de morte e longevidade.

    Mas, vamos por partes. 

    Eu organizo o processo todo num esquema 6×6, ou seja, 6 etapas para passar pelas 6 áreas do Planejamento Financeiro. Descrevo aqui como cada uma destas etapas e áreas – aparentemente técnicas – consideram os fatores humanos que me refiro.

    Comecemos pelas etapas:

    1ª Etapa – ACORDOS E OBJETIVOS

    É o esclarecimento de como funciona todo o processo. Definimos juntos, cliente e eu, a forma de relacionamento, quantidade de reuniões, frequência e prazo do projeto.  

    Também é o momento de aprofundarmos sobre quais os objetivos e sonhos de curto, médio e longo prazos que estarão envolvidos neste planejamento assim como as expectativas dos valores de cada objetivo. Conversamos sobre as pessoas que serão impactadas ou contribuirão para estes objetivos.

    2º Etapa – COLETA DE INFORMAÇÕES

    É fundamental para que o processo avance e depende muito do cliente. Fazemos a coleta de informações pessoais, profissionais e patrimoniais para a elaboração do planejamento, apoiando o cliente de forma estruturada para consolidar todas as informações como por exemplo: fluxo de caixa, investimentos, planos de previdência, apólices de seguros, etc. 

    Alguns clientes têm tudo organizado e de imediato disponibilizam todas as informações. Alguns descobrem o quanto estas informações são relevantes como uma ferramenta para chegar aos objetivos estabelecidos e descobrem a importância de pegar as rédeas de sua vida financeira e usufruir de forma sustentável do resultado do seu trabalho. É chegada a hora de colocar tudo em ordem para ser usado a seu favor.

    3ª Etapa – ANÁLISE DE DADOS

    Ocorre a avaliação de todas as informações e iniciamos o esboço do planejamento. Fazemos as análises de viabilidade dos objetivos definidos, nos respectivos prazos. 

    Aqui há um clareamento das possibilidades. Podemos tanto identificar caminhos factíveis para que os planos aconteçam dentro do esperado e das condições do cliente, mas também podemos nos deparar com a necessidade de redimensionar o objetivo e/ou ampliar seu prazo de alcance, para que seja viável. É hora de colocar os pés no chão. Sair do sonho em direção aos planos de ação.

    4ª Etapa – PLANO ESTRATÉGICO

    É a etapa de desenvolvimento e apresentação das alternativas de caminhos para atingir os objetivos do cliente. Neste momento, o cliente consegue visualizar opções, já entende melhor sua realidade e tem condições de fazer escolhas. 

    Aqui também é possível ir além dos objetivos e apresentarmos eventuais pontos de atenção que podem oferecer algum tipo de risco para o cliente ou desgaste futuro.

    5ª Etapa – IMPLEMENTAÇÃO

    Já definimos os planos de ação para viabilizar os objetivos e mitigar riscos. É a fase da implementação de ações para as 6 áreas do Planejamento Financeiro que estarão detalhadas a seguir: Gestão de Fluxo de Caixa, Gestão de Investimentos, Gestão de Riscos, Planejamento Tributário, Planejamento Sucessório e Aposentadoria.

    6ª Etapa – MONITORAMENTO E AJUSTES

    Efetuamos o monitoramento e os ajustes no plano que forem necessários ao longo do tempo, da forma e com a frequência estabelecida na 1ª Etapa.

    O que surpreende muitos clientes também é a abrangência do Planejamento Financeiro e todos as áreas que compreendem o processo como um todo. Como citado acima, são 6 áreas que devem ser equacionadas de acordo com os objetivos do cliente, além de avaliá-las sob a perspectiva dos riscos que apresentam. São elas:

    Gestão de Fluxo de Caixa

    Considero esta a “Mãe de Todos” as áreas do Planejamento Financeiro! É o ponto de partida para avaliar e otimizar o controle de entradas (receitas) e saídas (despesas) de dinheiro na vida financeira do cliente. O foco aqui é a geração de superávit, ou seja, fazer sobrar recursos para investir e subsidiar os objetivos. Sem superávit, estaremos num cenário de dívida, que passa a ser a gestão prioritária. Aqui podemos nos deparar com um momento importante de trabalhar a ressignificação do dinheiro, dos hábitos de consumo, da relação com controles, do diálogo sobre finanças com a família, etc. O fator humano neste momento tem que ser muito considerado e o cliente deve ser estimulado a enxergar suas potencialidades e sua capacidade de superar eventuais bloqueios.

    Gestão de Investimentos

    Em geral as pessoas querem saber onde e como investir. Mas antes é de suma importância dar clareza ao cliente sobre o seu perfil de investimentos – seja ele conservador, moderado ou agressivo – e provocar uma reflexão sobre como ele se sente em relação a riscos e perdas. Muitas vezes é necessário entrar em questões conceituais sobre liquidez, diversificação, rentabilidade, volatilidade, selic, inflação, juro real, juro futuro, etc., pois muitos clientes não são familiarizados com isto. Mas de forma simples e didática podemos ajudá-los a ter uma visão melhor dos fatores que irão interferir nos seus resultados. Aqui priorizamos reserva de emergência, de forma personalizada de acordo com a realidade de cada cliente, seja ele celetista, profissional liberal, empresário ou funcionário público. Superficialmente falando, definimos estratégias para obter melhores resultados, considerando as hipóteses de risco e retorno, para cada objetivo e respectivo prazo.

    Gestão de Riscos

    Preservar o que já foi conquistado faz parte do processo. Não estamos falando apenas de saúde, imóveis, veículos ou qualquer outro bem material de alto valor, que devem ser considerados. Estamos falando também de preservar o padrão de vida caso o cliente faleça enquanto ainda tiver dependentes. Confesso que esta parte é bem delicada porque em geral as pessoas não gostam de visualizar esta situação. Há que se ter muito tato e cuidado, mas levar o cliente a considerar a situação hipotética e tomar ações para transformar uma hipótese em um risco mitigado é um ato de amor aos seus dependentes. Vamos avaliar todos os riscos e definir estratégias por meio de apólices de seguros, devidamente dimensionadas e de acordo com a real necessidade e capacidade financeira do cliente.

    Planejamento para Aposentadoria

    Mais do que isto, podemos falar de independência financeira! A tão esperada fase, em que muitos sonham em viver de renda ou simplesmente trabalhar apenas por prazer ou propósito. Vamos dimensionar este sonho, estabelecer um horizonte de tempo viável e criar planos de ação para alcançá-lo. Aqui cabe definir a melhor categoria de produto dentro da realidade tributária do cliente. Se for o caso analisar o que ele já tem, buscar diversificação de investimentos e melhores condições técnicas e comerciais.

    Planejamento Tributário

    Pagamento de impostos ainda não é um processo que traz uma sensação recompensadora para nós brasileiros, mas temos que tratar do tema da melhor maneira possível. Vamos buscar oportunidades legais de redução da carga tributária, seja no que diz respeito ao tipo de renda (pró-labore x dividendos), seja sobre os benefícios fiscais disponíveis para o cliente, como por exemplo, com o PGBL (produto previdenciário dedutível do imposto de renda). Além disso, iremos avaliar eventuais ajustes necessários para adequações devidas.

    Planejamento Sucessório

    Nesta área, o propósito é avaliar se há oportunidades para melhorar a organização do patrimônio do cliente e buscar eventuais alternativas para agilizar o processo de inventário, com o menor custo possível, evitando assim prejuízos financeiros aos herdeiros. A perda de uma pessoa desestrutura toda a família emocionalmente e isto já é sofrimento bastante. Com este processo é possível minimizar os impactos burocráticos e eliminar discussões de partilha que causam ainda mais desgastes.

    Por fim, vale ressaltar que Planejamento Financeiro Pessoal é um trabalho de generalista, ou seja, de um profissional devidamente certificado para promover uma organização geral das finanças pessoais dos clientes. Naturalmente,  ele pode recorrer a especialistas para o aprofundamento de algum tema, como por exemplo, corretores de seguros, tributaristas, agente de investimentos, etc.

    A certificação a que me refiro é a CFP – Certified Financial Planner. No Brasil ela é concedida pela Planejar – Associação dos Planejadores Financeiros – e reconhecida internacionalmente pela FPSB – Financial Planning Standards Board – que define os padrões éticos de atuação.

    Para finalizar, compartilho uma convicção minha e de todos os associados à Planejar: “Planejamento financeiro transforma a vida das pessoas”. 

    Se dinheiro ainda é um vilão na sua vida, dê a oportunidade para ele ser seu aliado. Transforme a sua vida também como eu transformei a minha! Alcancei minha independência financeira aos 49 anos de idade e mantive meu padrão de vida alcançado. Hoje trabalho muito, mas por puro propósito!

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