O que é Management 3.0?

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    Liderança

    O que é Management 3.0?

    Você já ouviu falar em Management 3.0? É um modelo de gestão e liderança que redefine ambos como sendo uma responsabilidade de todo um grupo. Consiste em um trabalho colaborativo para encontrar a maneira mais eficiente de uma organização atingir seus objetivos enquanto cuidam da felicidade de seus colaboradores.

    Esta forma de liderança abre mão do comando, microgerenciamento e do controle excessivo. O seu criador, o holandês Jurgen Appelo, defende:  “A gestão é muito importante para ficar apenas nas mãos dos gerentes”. Jurgen é considerado um dos principais nomes da atualidade ligados aos conceitos de liderança e gerenciamento.

    Que tal entender um pouco mais sobre o que é esse mindset de gestão? Vamos lá?

    O que é Management 3.0?

    Management 3.0 é um modelo de gestão que inclui uma série de jogos, ferramentas e práticas para apoiar qualquer profissional na gestão da organização. 

    Essa forma de gestão prevê atender às necessidades e anseios dos indivíduos que compõem um time, de forma que os colaboradores cultivem sua própria autonomia e assumam responsabilidades condizentes com suas competências.

    No Management 3.0, cabe aos líderes orientar e inspirar. A estrutura é horizontal e todos reconhecem que sempre há o que ensinar e aprender – o chamado aprendizado contínuo. 

    Para isso, o modelo conta com dinâmicas e métodos práticos para mapeamento de competências do time, atribuições de tarefas e até mesmo incentivo ao engajamento e sinergia da equipe.

    Conheça algumas práticas e dinâmicas do Management 3.0

    1. Kudo Cards: Cartões utilizados para que o time tenha um espaço seguro para agradecer ou elogiar pessoas de sua equipe, promovendo assim uma maior integração;
    1. Moving Motivators: Cartões em que cada colaborador elenca, em ordem, o que mais o motiva enquanto profissional. É utilizado para montar equipes com mais sinergia, além de promover conhecimento sobre os colaboradores enquanto indivíduos; 
    1. Delegation Poker: Dinâmica em cartões utilizada para mapear quem será responsável por cada tomada de decisão, dentro da equipe. Auxilia na visualização de opiniões distintas e atribuição mais transparente de responsabilidades;
    1. Matriz de Competências: Quadro em que são elencadas as competências necessárias para um determinado projeto ou tarefa, de forma a auxiliar na visualização de potenciais gaps de habilidades dentro da equipe.

    Para se aprofundar no assunto, recomendamos seus livros “Management 3.0 – Leading Agile Developers, Developing Agile Leaders” e “Managing for Happiness”. 

    Por que foi criado? 

    Jurgen observou que empresas que usam métodos e frameworks ágeis, como Scrum ou Kanban, se deparam com desafios relacionados à gestão de pessoas e engajamento dos times. Esta análise, aliada à sua vivência prática como Agile Manager, deu origem ao Management 3.0.

    O nome Management 3.0 não apareceu por acaso – se trata de uma evolução das formas de gestão, que tiveram início desde o século XX, com as indústrias.  

    Management 1.0 

    Chamado de Modelo Top Down – ou modelo “de cima para baixo”, em português – o Management 1.0 consiste em uma estrutura empresarial altamente hierarquizada, em que os cargos de liderança possuem todo o poder decisório. Sendo assim, cabe aos demais funcionários cumprir as diretrizes definidas pela alta administração. 

    Nesse sentido, esse modelo de gestão é marcado por estruturas mais rígidas de comando, disciplina, microgerenciamento e obediência. Ao adotar o Management 1.0, a organização pode tirar a autonomia dos colaboradores e torná-los muito dependentes de suas lideranças. 

    Este modelo parte do princípio que o sistema precisa ser monitorado, reparado ou substituído para que funcione.

    Management 2.0 

    Avançando para o Management 2.0, temos uma gestão ainda baseada em cargos hierárquicos, mas com foco na redução de desperdícios em seus processos e aumento de qualidade das entregas para os stakeholders.

    Uma das práticas comuns ao Management 2.0 é o Lean Manufacturing, filosofia de gestão originada no Sistema Toyota de Produção (TPS), que objetiva eliminar as atividades que não geram valor ao processo, e, consequentemente, o desperdício de insumos, tempo e mão de obra de uma equipe ou organização.

    Na época, a Toyota passava por um grande acúmulo de peças não utilizadas em suas fábricas, já que sua linha de produção era contínua – ou “sistema empurrado”, como é denominada na teoria da Gestão de Projetos. Independentemente da demanda, as peças eram produzidas em massa. Assim, como você pode imaginar, havia muito desperdício! 

    Anos depois, o Sistema Toyota de Produção (TPS) foi base para novas metodologias, como o Kanban – sistema de gerenciamento de equipes e projetos utilizado nas Metodologias Ágeis – e até mesmo o conceito de Startup Enxuta (ou Lean Startup), criado por Eric Ries, em 2011. 

    Tais metodologias são pautadas no Management 3.0 e Sistema Puxado, que pregam que uma atividade em sua equipe só deve ser iniciada quando a predecessora for finalizada – evitando desperdícios e gerando mais valor ao processo. 

    Quais empresas devem adotar o Management 3.0?

    O Mundo VUCA, conceito do pós-guerra da década de 90, continua atual. Vivemos em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo – em que é preciso responder às mudanças impostas pelo mercado, clientes, time ou acionistas com mais flexibilidade e adaptabilidade. 

    Nesse cenário, o Management 3.0 é recomendado para gestores que querem preparar seus times e processos para se tornarem mais adaptáveis às mudanças, ao mesmo tempo em que valorizam o bem estar dos colaboradores e sua autonomia. Esse é um dos princípios da chamada liderança ágil. 

    Vale sempre lembrar que o modelo de gestão ideal é aquele mais conveniente para o momento e perfil da sua empresa. 

    Conheça os 5 princípios do Management 3.0 

    #1 – Engajar as pessoas e suas interações

    Envolva as pessoas no trabalho e uma com as outras, aumentando a interação.

    #2 – Melhorar o sistema

    As práticas do Management 3.0 devem melhorar o sistema que é representado não apenas por um time, pois todos que interagem com este time fazem parte do sistema também. Trata-se de acreditar no ganha-ganha.

    #3 – Fazer todos os clientes felizes

    Todos que estão envolvidos no sistema são clientes e devem ficar satisfeitos: colegas de equipe, outros times, consumidores, acionistas, etc. 

    #4 – Gerenciando o sistema e não as pessoas

    O ambiente impacta no comportamento das pessoas. Quando mudamos o ambiente, as pessoas tendem a mudar alguns comportamentos para se adaptarem. Por isso, o Management 3.0 cuida do sistema, dando autonomia para as pessoas adaptarem.

    #5 – Co-criação do Trabalho

    Co-criar é sobre colaborar e dar feedback um para o outro. Este é um dos princípios básicos do Management 3.0.

    O monstro Martie e os 6 pilares 

    Se o Management 3.0 e a gestão ágil fazem sentido para sua empresa, será importante conhecer os 6 pilares do Management 3.0, conforme definidos por Jurgen Appelo e ilustrados no desenho acima pelo monstro Martie: 

    1. Alinhe restrições

    Estabeleça o objetivo e as regras básicas antes de iniciar um projeto. Deixe claro onde se quer ir, porquê e quais são as os recursos existentes. O “como” chegar ficará a cargo de cada um, que poderá adaptar suas atividades desde que não prejudique os demais integrantes do time.

    2. Energize as pessoas

    Energizar as pessoas deve ser seu maior desafio. Afinal, a energia é o que move as pessoas rumo a um objetivo. E ela só existe onde há motivação.

    Evidencie sempre a relevância das responsabilidades de cada um e torne as relações de trabalho otimistas, alinhadas e capazes de despertar emoções positivas.

    Uma das práticas recomendadas por Appelo para energizar as pessoas são os “Moving Cards” mencionados acima que trazem aprendizados dos criadores do Reiss Motivation Profile e do selfdeterminationtheory.org. 

    3. Empodere os times

    Torne suas equipes autogerenciáveis. As pessoas devem saber o que se espera deles e fazer tudo funcionar sem necessidade de cobrança e microgerenciamento.

    Dê liberdade para todos pedirem ajuda, negociarem e alterarem formatos de trabalho. Faça recomendações e abra espaço para a equipe prosseguir sem sua supervisão. Para que isso ocorra é importante que haja um ambiente de confiança onde os profissionais sejam estimulados a agir de acordo com seus interesses e talentos naturais.

    4. Desenvolva competências

    Crie oportunidade de aprendizado constante. Considere as aptidões e habilidades individuais e promova um ambiente favorável ao desenvolvimento de novas competências.

    Propicie condições para que o trabalho seja feito com qualidade e credibilidade, gerando uma relação de confiança entre o time, clientes e parceiros.

    5. Aumente as estruturas

    Estimule a cooperação e faça uma gestão voltada para o resultado, identificando junto com o time, as chances para a empresa crescer. O Management 3.0 pressupõe um crescimento com consciência, sem abrir mão da qualidade de vida dos funcionários.

    Fuja das metas inalcançáveis e da cobrança excessiva: o importante é a equipe se desenvolver para administrar responsabilidades maiores de forma saudável.

    6. Melhore sempre – desenvolvimento iterativo

    O aprimoramento contínuo deve ter como base as falhas observadas durante o trabalho. Corrija-as rapidamente, assuma seus erros e motive seus colaboradores a fazerem o mesmo.

    Mudar a rota quando necessário faz com que ninguém tenha medo de assumir novas responsabilidades, uma vez que os erros serão vistos como degraus para experiências bem-sucedidas. 

    Conclusão

    O mercado atual demanda mudanças na maneira de gerenciar as organizações. O Management 3.0 é um jeito inteligente de modernizar a gestão, reconhecendo o valor das pessoas.

    Apostar na substituição da hierarquia em estrutura rígida pela priorização de maior liberdade, autonomia e qualidade de vida para todos, pode trazer muito mais resultados para a sua empresa. Pense nisso! 

    E já que o assunto é liderança… Leia nosso artigo “Quando você tem um problema, sente que é um peso resolver sozinho?”

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