Modelo Cynefin: o que é este framework usado pela liderança na tomada de decisões?

/ receba nossos conteúdos

Deixe seu e-mail e receba nossos próximos conteúdos exclusivos.

    Liderança

    Modelo Cynefin: o que é este framework usado pela liderança na tomada de decisões?

    Encontrar a solução exata para cada situação adversa no ambiente corporativo nem sempre acontece de maneira simples e direta. Muitas vezes, é preciso ter um olhar crítico para chegar à decisão ideal e é justamente essa a proposta do Modelo Cynefin, estrutura conceitual usada para auxiliar na tomada de decisões.

    O criador dessa ferramenta foi o renomado pesquisador e consultor de inovação Dave Snowden. Em 1999, o especialista consolidou a ideia de que nem todos os problemas podem ser agrupados sem qualquer distinção e abordados da mesma maneira, dando origem ao framework. 

    Já pensou em aplicar o modelo na sua organização? Continue a leitura e entenda mais sobre o assunto!

    O que é o Modelo Cynefin?

    Cynefin é uma palavra de origem galesa que significa  “habitat ou lugar de muitos pertencimentos”. Já o Modelo Cynefin consiste na categorização de problemas para orientar a tomada de decisões. Ele baseia-se no fato de que cada adversidade deve ser compreendida em seu contexto e solucionada a partir disso.

    Afinal, as ações que funcionam em determinada ocasião podem não ser tão efetivas em outra. Para Snowden, essa percepção é a chave da questão.

    O modelo tem origem, na prática da Gestão do Conhecimento, trabalhando com processo estruturado em condições incertas.

    A ferramenta é utilizada em ambientes que exigem resoluções concretas e assertivas para os problemas, como é o caso das corporações. Dessa forma, o modelo contribui para que as lideranças possam resolver os contratempos da empresa sob a perspectiva mais adequada.

    Na prática, o Cynefin segue a estrutura que veremos a seguir.

    Como funciona?

    Alguns anos após sua criação, mais especificamente em 2003, o modelo foi descrito detalhadamente em um paper elaborado por Snowden e Cynthia Kurtz. O Cynefin Framework estabelece as medidas que devem ser tomadas diante de cada tipo de problema, os quais são organizados em quatro quadrantes. São eles: óbvio, complicado, complexo e caótico.

    Isso porque, como já mencionado anteriormente, existem respostas adequadas às variadas situações de acordo com seu grau de dificuldade. A estrutura é baseada na relação de causa e efeito, e sugere qual é a sequência de ações mais efetiva em cada caso. 

    Quais são as características?

    Para entender melhor o framework, veja uma breve descrição dos quatro domínios.

    Óbvio

    Essa categoria, que também pode ser denominada como “simples”, abrange situações cujo gerenciamento corresponde a um processo linear: 

    sentir — CATEGORIZAR — responder.

    Nesses casos, o problema em si é de conhecimento de todos, assim como a relação de causa e efeito. As respostas costumam emergir de manuais de boas práticas ou documentos que descrevem procedimentos internos já existentes.

    Complicado

    Em contextos complicados, a relação de causa e efeito não é tão evidente para todos. Nesse domínio, é possível identificar os sintomas, mas nem sempre se sabe qual é o remédio apropriado.

    Por isso, uma característica forte desse tipo de adversidade é a atuação de especialistas que consigam apresentar um diagnóstico e dar a resposta ideal entre as soluções possíveis. O caminho para a decisão acertada é: 

    sentir — ANALISAR— responder.

    Complexo

    No modelo Cynefin, o ambiente complexo é caracterizado pela imprevisibilidade, afinal, pode ser resultado de uma série de fatores internos e externos à organização. É necessário acatar as incertezas e desenvolver experimentações, pois aqui não há respostas certas.

    O contexto complexo é promissor para ideias inovadoras, desde que o medo do fracasso não seja um obstáculo. Existe a possibilidade de falha, mas também da validação de hipóteses.

    A abordagem recomendada é:

    EXPERIMENTAR — perceber — responder.

    Caótico

    Aqui não há relação de causa e efeito, na verdade, trata-se de situações com um teor de urgência. O objetivo central diante de contextos caóticos é estabelecer a ordem e ressignificar a situação, destinando-a a outro quadrante, como o domínio complexo, por exemplo.

    Portanto, a ação deve ser imediata e a abordagem recomendada é: 

    AGIR — perceber — responder.

    Qual a importância do Modelo Cynefin para tomada de decisões em sua empresa?

    Ainda que sua empresa disponha de ótimas ferramentas de gestão, como manual organizacional e afins, o surgimento de situações difíceis é inevitável. Elas podem ser decorrentes de mudanças na organização, bem como de crises ou até mesmo de falhas nos produtos ou serviços oferecidos.

    É nesse momento que as lideranças recorrem a estratégias para reverter o quadro ou, pelo menos, minimizar os impactos.

    O Cynefin surge como um modelo capaz de auxiliar a compreensão desses desafios e nortear a melhor conduta. Caso contrário, os problemas ficam no plano da desordem, onde qualquer solução pode ser aplicada por pura intuição, sem a garantia de que irá funcionar.

    Pense no seguinte cenário: os consumidores encontraram um defeito recorrente no seu produto e fizeram reclamações. Em um primeiro momento, a situação é definida no plano caótico e exige uma ação rápida, conforme o modelo Cynefin.

    É preciso que o time de comunicação esteja de prontidão para atender às contestações e dar suporte aos clientes. Feito isso, o contexto dominante é complicado, de modo que o defeito seja diagnosticado por um especialista e, então, reparado.

    Com a ferramenta, a tomada de decisões é otimizada, trazendo:

    • Soluções mais assertivas;
    • Mais agilidade;
    • Possibilidade de ideias inovadoras;
    • Soluções definitivas para ocorrências frequentes.

    O modelo Cynefin é uma das estratégias que potencializam os processos corporativos, mas também é fundamental fortalecer as relações interpessoais no ambiente de trabalho. Quer saber como? Confira nosso artigo sobre Comunicação Empática nas empresas.

    / para ler em seguida

    Quociente de Inteligencia Emocional

    Você sabe o que é QE? Entenda o que é Quociente de Inteligência Emocional

    Neste artigo, explicamos o que é o Quociente Emocional, os principais fatores que o compõem, bem como qual a sua diferença do QI. Acompanhe:

    poder

    A perda do poder

    “Eu não ligo para o poder” é uma frase bem razoável para quem tem poder sem perspectiva de perdê-lo ou para quem nunca teve poder. Se isso faz sentido...