Gestão de startups: O que é Lean Startup e quais seus 5 princípios?

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    Gestão de startups: O que é Lean Startup e quais seus 5 princípios?

    O termo Lean Startup está em alta, principalmente, pela consolidação do modelo de startups no Brasil. Para você ter uma ideia, de acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), atualmente o nosso país possui 20 vezes mais startups do que tinha há dez anos.

    Além disso, de acordo com uma publicação da revista VOCÊ S/A, o Brasil já se consolidou como o terceiro maior criador de startups unicórnio do mundo, que são aquelas que possuem o valor de mercado de US$1 bilhão, antes mesmo de abrir capital na bolsa de valores.

    Em meio a esse cenário, é importante que os líderes apliquem metodologias assertivas para o sucesso do negócio, como o Lean Startup. Siga lendo e saiba mais!

    O que é Lean Startup?

    O termo Lean Startup teve sua origem no livro homônimo do autor Eric Reis que, em português, leva o nome de “A startup enxuta”. 

    Na obra, Eric explica que o Lean Startup adapta conceitos da metodologia japonesa Lean Manufacturing, criada com o propósito de identificar e eliminar desperdícios que aconteciam no Sistema Toyota de Produção na década de 50. Na época, a linha de produção estava produzindo mais peças do que a demanda existente, causando muito desperdício. 

    Ao adaptar tais conceitos para o processo de inovação típico das startups, Reis inaugura uma nova metodologia focada no principal objetivo dos empreendedores contemporâneos: testar e consolidar produtos ou serviços que são, de fato, uma demanda real do público alvo.

    “Desde o começo, minha esperança foi encontrar maneiras de eliminar os inúmeros desperdícios que observava ao meu redor: startups que faziam produtos que ninguém queria, novos produtos retirados das prateleiras, incontáveis sonhos irrealizados. Com o tempo, a ideia da startup enxuta floresceu num movimento mundial.” 

    Muitos projetos falham por confiar exclusivamente na intuição dos líderes e desenvolvedores, isolando o cliente do processo de criação e desenvolvimento, que deveria ser iterativo e incremental, e não apenas cascateado como acontece nas metodologias tradicionais. E no dinamismo do mundo de hoje, é de extrema importância ir a fundo no entendimento do problema, lançar hipóteses, criar soluções de forma rápida e barata e testá-las.  

    Para isso, o Lean Startup se apoia em diversos conceitos oriundos da área de administração e desenvolvimento de produto, como: 

    • Design Thinking;
    • Desenvolvimento de clientes ou Customer Development;
    • Desenvolvimento Ágil 

    Conceito de empreendedor e startup, segundo a Startup Enxuta

    No conceito da startup enxuta, proposto por Eric Reis, os termos empreendedor e startup tem significados bem definidos.

    Empreendedor

    Para o autor, o termo empreendedor é amplo: desde jovens visionários com poucos recursos – mas com grandes ideias – até visionários experientes, dentro de grandes empresas. O importante é o interesse em administrar a startup e levá-la ao sucesso.

    Ao contrário do que muitos pensam, de acordo com a metodologia, o modelo de negócios de uma startup – por mais disruptivo que seja – precisa de um processo definido de gestão. “Empreender é gerenciar”, defende Reis. 

    Startup

    Já a startup é definida como uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza, independentemente do tamanho da empresa, do setor ou até mesmo do seu estágio de desenvolvimento.

    Além disso, uma startup traz alguns tipos de inovação,  como, por exemplo: 

    • dar um novo uso para uma tecnologia já existente;
    • descobertas científicas originais;
    • criação de um novo modelo de negócios 
    • disponibilização do produto ou serviço num novo local ou para um conjunto de clientes anteriormente mal atendidos. 

    Os 5 princípios do Lean Startup, segundo Eric Reis

    O método Lean Startup é baseado em 5 princípios. A seguir, falaremos brevemente sobre cada um deles.

    1. Empreendedores estão por toda parte 

    Para Eric Reis, qualquer pessoa que esteja envolvida com startups é uma empreendedora. As condições, geralmente, são de extrema incerteza.

    “Qualquer pessoa que está criando um novo produto ou negócio sob condições de extrema incerteza é um empreendedor, quer saiba ou não.”, diz Reis. 

    Um funcionário que ocupa a função de vendedor em uma empresa, por exemplo, e se propõe a criar um novo produto ou método de trabalho para alavancar as vendas, sob esse ponto de vista, pode ser considerado ou mais especificamente, um intraempreendedor.

    2. Empreender é administrar

    Reis explica que além de criar e projetar produtos, o empreendedor deve ter um sistema de gerenciamento que seja um reflexo das suas condições de trabalho.

    Segundo ele, os empreendedores têm a tendência de negligenciar a implementação de práticas gerenciais tradicionais por receio de atrair burocracia desnecessária ou frear a criatividade da startup. 

    Como consequência a adoção de um pensamento “Just do It” ou “apenas faça”, muitos acabam não utilizando nenhuma forma de gestão ou até mesmo não desenhando processos bem definidos para as empresas. “Infelizmente, essa abordagem conduz com mais frequência ao caos do que ao sucesso”, alerta Eric.

    Exemplos de Ações para Gestão de Startups 

    O autor destaca que algumas ações essenciais para a criação de startups bem sucedidas também são implementadas em empresas tradicionais, como: 

    • Contratação de funcionários criativos;
    • Coordenação de tarefas e projetos dos colaboradores;
    • Criação de cultura empresarial que gere resultados 

    3. Aprendizado validado

    O autor propõe um modelo de mensuração do sucesso das empresas a partir de um processo chamado aprendizagem validada.

    Mais do que preparar o modelo de negócios da startup para ter sucesso financeiro, o objetivo do aprendizado validado é desenvolver um negócio que seja sustentável a longo prazo. 

    Por isso, Reis indica que se valide o produto ou serviço continuadamente, de forma que os empreendedores testem cientificamente cada elemento do seu roadmap de produto. 

    Dessa forma, devem ser desenvolvidas versões iniciais dos produtos apenas com aquilo que é essencial para que se entregue valor ao cliente – e a partir daí, realizar incrementos com os pontos que precisam ser alterados ou completamente modificados. 

    4. Construir | medir | aprender

    Reis orienta os empreendedores a testar ideias inovadoras e colher feedbacks para testar o progresso com os clientes, de forma a validar a aceitação e usabilidade de seu produto ou serviço no mercado.

    Na prática, as ideias devem ser construídas e medidas constantemente. Com o feedback dos clientes e stakeholders, ocorre o aprendizado e alteração do caminho necessário para alcançar o sucesso.

    “Em vez de projetar planos complexos, baseados em inúmeras hipóteses, você pode fazer ajustes constantes por meio do “volante”, que é o ciclo de feedback construir-medir aprender”. 

    5. Contabilidade para inovação

    Diferentemente de empresas tradicionais, que baseiam sua contabilidade em relatórios de fluxo de caixa e projeções numéricas, a contabilidade associada à inovação tem como objetivo acompanhar a assertividade do processo de aprendizado contínuo da startup. 

    Na prática, isso significa demonstrar se o negócio está aprendendo ou não a se tornar um modelo de negócio sustentável.

    1. Primeiro Passo: Utilizar um Produto Mínimo Viável (MVP), ou seja, uma versão mais simples do seu produto ou serviço, para metrificar dados reais a respeito da performance da startup naquele momento, junto aos clientes;
    1. Segundo passo: a empresa deve se orientar para ajustar seu produto ou serviço na direção apontada na última etapa. Deve ser feitos novos testes para medir se, após os ajustes, a performance apresentou melhoras ou não. 
    1. Terceiro passo: após a startup fazer todos os ajustes e otimizações de produto possíveis para mover rumo ao ideal, a empresa alcança um ponto de decisão: mudar o rumo novamente ou perseverar no caminho escolhido. 

    Por que os primeiros produtos não devem ser perfeitos?

    Na metodologia Lean Startup, se acredita que os primeiros produtos não devem ser perfeitos. Eles devem oferecer o básico, para que os aspectos possam ser melhorados de acordo com os retornos dos clientes.

    Conceito de MVP – Minimum Viable Product (MVP)

    Nesse sentido, se trabalha com o conceito de Minimum Viable Product (MVP). Trata-se da versão do produto que permite uma volta completa do ciclo construir-medir-aprender, realizado com o mínimo de esforço e o menor tempo de desenvolvimento. É a lógica do “Falhe rápido e falhe barato”.

    Ao criar um MVP, no entanto, se deve ter ciência de que será necessário desenvolver um trabalho extra, que é medir o seu impacto. 

    A ideia é que os produtos não sejam apenas avaliados por engenheiros e designers, mas também pelo consumidores finais. Assim, se terá uma visão sobre a reação dos possíveis compradores!

    Modelos de Gestão para Startups

    A metodologia Lean Startup é bastante inovadora e pode ser aplicada em empresas de qualquer porte. Por isso, vale a pena se aprofundar e conhecer mais sobre esse assunto, inclusive lendo a obra completa de Eric Reis, que traz o tema de forma bastante detalhada. Outra dica é o livro “Value Proposition Design: Como construir propostas de valor“, leitura complementar ao também famoso “Business Model Generation” do suíço Alexander Osterwalder. 

    Gostou do conteúdo de hoje sobre Lean Startup? Conte para a gente nos comentários abaixo. Outra metodologia de gestão bem interessante é o Management 3.0 Leia agora o nosso artigo que fala sobre esse assunto e compreenda sobre o que esse termo se trata.

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