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Pipeline de liderança: o que é e qual a importância?
Engana-se quem pensa que a liderança é um dom, algo que poucos possuem. A habilidade pode e deve ser desenvolvida, você sabia? O pipeline de liderança, metodologia que tem por objetivo o desenvolvimento de líderes, nos mostra que é possível progredir nessa missão e se tornar um gestor de alto nível.
Por outro lado, não raro, encontramos profissionais despreparados para gerenciar equipes e os dados atestam que, de fato, as pessoas não estão prontas para isso.
Segundo estudo da Gallup, renomada empresa de pesquisa norte-americana, 70% dos 2,5 milhões de gestores entrevistados não estão totalmente preparados para o cargo.
A pesquisa foi realizada em 195 países e os dados são assustadores!
Trata-se de um problema global, mas que pode ser solucionado com novos modelos de preparo como o pipeline de liderança.
Nesse artigo, discorremos com detalhes sobre esse assunto. Acompanhe!
Pipeline de liderança: o que é, como surgiu, etapas e vantagens
O pipeline de liderança é uma metodologia para desenvolver líderes, capacitando profissionais para ocupar posições de comando em uma empresa. Esse modelo parte da ideia de que é possível despertar e aprimorar as habilidades necessárias para estar à frente de uma equipe ou mesmo de uma organização inteira.
Pipeline, em português, significa algo como “canalização”, termo que simboliza, neste caso, o processo pelo qual o colaborador deve passar para aperfeiçoar suas competências de liderança e preparar- se para ascender na carreira.
Costuma-se pensar que o comando é uma aptidão natural de determinados indivíduos. Bom, em alguns casos pode até ser verdade, no entanto, sabemos muito bem que é possível desenvolver capacidades com empenho!
Como surgiu o pipeline de liderança?
A técnica foi criada por Ram Charan, um renomado consultor de negócios que, nos anos 2000, publicou o livro “Pipeline de liderança: o desenvolvimento de líderes como diferencial competitivo”, que contou com a parceria de Stephen Drotter e James Noel.
Os autores elaboraram a metodologia a partir de experiências com grandes empresas, observando os desafios organizacionais associados ao desenvolvimento de pessoas. Desde então, a obra serve como base para trabalhar habilidades específicas dos profissionais, tendo em vista que existe uma variedade de níveis em cadeias de comando.
Eis o sentido da metáfora de pipeline: a ideia de que há múltiplos níveis de gestão e, por isso, cada competência deve ser lapidada nas respectivas ramificações desse sistema de “encanamento”.
Conheça as 6 etapas de transição do Pipeline de Liderança
Para que o método seja bem implementado, ele deve obedecer um processo de 6 etapas de transição.
1. Gerenciar a si para gerenciar os outros
O primeiro passo que se dá no pipeline de liderança é o gerenciamento de si. Na prática, essa transição começa pelas responsabilidades individuais e segue em direção às tarefas coletivas.
O colaborador inicia seu trabalho recebendo demandas e se dedicando a cumpri-las no prazo e com bom desempenho. Esse é o gerenciamento de si, que, se realizado com excelência, demonstra o potencial do colaborador para o próximo nível: o ato de delegar funções.
Essa transição é outro desafio, sobretudo para aqueles que têm dificuldade em atribuir tarefas, visto que muitos preferem realizar por conta própria.
2. Gerenciar os outros para gerenciar os gestores
Se superado o desafio anterior, o profissional está apto a assumir uma liderança. É nessa fase que o indivíduo deixa para trás sua antiga ocupação e assume um papel exclusivo de liderança.
A segunda transição do pipeline de liderança requer um olhar mais estratégico, tanto para a performance organizacional quanto para identificar possíveis gestores. Portanto, quem está nessa etapa deve selecionar, orientar e designar demandas gerenciais aos que têm potencial.
Aplicar conhecimentos de coaching é bem interessante nessa fase!
3. Gerenciar gestores para gestor funcional
Ao avançar pelo pipeline, o profissional chega ao terceiro estágio, onde além de liderar pessoas coordena todo um setor. Os líderes funcionais são aqueles que atuam como gerentes de Marketing, RH, Vendas ou Facilities, por exemplo.
Comunicação é a palavra-chave para quem está nesse estágio! O gestor funcional está constantemente em contato com outros gerentes, por isso, é preciso ter skills comunicativas para alinhar as necessidades de todos os setores com os objetivos gerais da empresa.
Além disso, é indispensável o domínio da área de atuação e raciocínio estratégico na tomada de decisões.
4. De gestor funcional a gestor de negócios
A quarta transição é marcada pela passagem da liderança funcional para a geral do negócio. Isso significa que a pessoa se encontra em uma etapa desafiadora, desempenhando funções de grande responsabilidade na empresa.
O gerente de negócios possui autonomia, mas é fundamental desenvolver a habilidade de lidar com vários departamentos, o que torna o trabalho muito mais amplo e diverso.
Uma das mudanças que ocorrem aqui é que o foco não está na execução, mas sim na análise de métricas variadas, incluindo aspectos financeiros e resultados a curto e longo prazo.
5. De gestor de negócios a gestor de grupo
Se a etapa anterior já é bastante ampla, a quinta transição fica ainda mais abrangente. Afinal, trata-se da passagem de gerente de um negócio para o comando de dois ou mais negócios.
Os desafios desse estágio residem na coordenação de múltiplos empreendimentos, de modo que se torna essencial o desenvolvimento de um olhar mais global. Enquanto o gerente de negócios foca nos resultados de sua equipe, o gestor de grupo deve se concentrar no êxito de outros times.
É preciso, ainda, atentar-se a ações com potencial lucrativo, mas sem atravessar a autoridade de outros gestores.
6. De gestor de grupo a gestor corporativo
Finalmente, a última transição do pipeline de liderança leva o profissional à gestão corporativa, isto é: o cargo de CEO. Uma vez que se passa por todas as etapas do pipeline, o líder já acumula competências e habilidades suficientes para estar no topo da administração empresarial.
O que mais vale aqui, portanto, são os valores e a ética que o profissional possui. Um gestor corporativo também atua com excelência quando está atento a questões internas e externas à empresa, como inovações tecnológicas e noções sociopolíticas e ambientais. O fator econômico é outro tópico que precisa estar no repertório do líder.
A perspectiva passa a ser geral, e não dividida em áreas. Ainda assim, o CEO deve manter o olhar atento aos gestores menores para verificar o bom funcionamento do pipeline de liderança.
Quais as vantagens para as empresas em aderir ao pipeline de liderança?
As vantagens desse modelo para as empresas são diversas e, certamente, ao longo dessa leitura você pôde identificar várias. Primeiro, a própria sucessão de lideranças é facilitada, e já entendemos que esse é um grande gap no mercado hoje!
Também se tem mais certa a percepção dos talentos e até onde vai a capacidade de cada indivíduo na corporação. Isso, por sua vez, provê um suporte imprescindível à área de treinamento e desenvolvimento (T&D), que tem mais claras as competências-chave, ou soft skills dos colaboradores.
No mesmo sentido, facilita-se a delegação de funções e, por consequência, melhora as avaliações de desempenho.
Em outras palavras, no pipeline de liderança a empresa investe na formação ágil de líderes. O método se propõe a aliviar o peso dos 70% dos profissionais que não se sentem preparados para cadeias de comando, oferecendo um crescimento gradual e sustentável, e respeitando o limite de cada um. Aliás, precisamos, como nunca de bons gestores, você concorda? Falamos mais sobre esse assunto no artigo “Perfil de liderança em alta durante a pandemia”, confira!