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Microgerenciamento: o que é e por que evitar na sua empresa?
Estar na liderança de uma equipe não é nada fácil, o que nos faz refletir: quais são os limites para a atuação de um líder? É mesmo necessário monitorar cada ação dos colaboradores? O time só funciona se o gestor estiver presente o tempo todo, sempre com cobranças e a necessidade de aprovação?
Se você se identifica com alguns desses cenários, tome muito cuidado, pois todos eles indicam uma postura de microgerenciamento.
Sim. Há uma grande diferença entre querer garantir bons resultados e fiscalizar excessivamente o trabalho dos funcionários, o que definitivamente compromete a produtividade.
Segundo um estudo do Journal of Experimental Psychology, uma das principais organizações científicas e profissionais de psicologia nos Estados Unidos, a microgestão prejudica o desempenho dos funcionários, devido à pressão e estresse no ambiente organizacional. E não pense que o problema se encontra somente no trabalho presencial.
Ponto de atenção: a saúde psicológica durante a pandemia
Em meio ao contexto de pandemia, com a difusão do trabalho remoto, muitos colaboradores viram sua autonomia sendo impactada negativamente. Ao contrário do que parece, o trabalho a distância pode, sim, dar abertura para a prática do microgerenciamento.
De acordo com uma pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial e cedida à BBC News Brasil, para 53% dos brasileiros a saúde emocional e mental piorou desde o início da pandemia.
O dado se agrava ainda mais se o compararmos com o estudo da Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse no Brasil (Isma-BR), que apontou que nada menos que 72% da população brasileira já tinha algum tipo de sequela de estresse e, destes, 30% sofriam da síndrome de “burnout”.
De fato, que a piora na saúde mental durante a pandemia não é um problema específico dos brasileiros: na média global, 45% dos cerca de 21 mil entrevistados pelo Ipsos relataram que sua saúde mental piorou um pouco ou muito no último ano, na vida sob a pandemia.
Sim, sabemos que esses números acima assustam, mas precisamos falar sobre uma de suas causas: a microgestão. Quer saber mais sobre o assunto? Continue conosco nessa leitura e saiba como evitar a prática no seu negócio!
O que é o microgerenciamento?
O microgerenciamento é uma postura com pouco grau de delegação, controladora e até mesmo pode ser vista como autoritária, já que limita a autossuficiência dos colaboradores e gera impactos negativos tanto para o trabalho do time quanto para a imagem da liderança.
Casos como:
- Quando o chefe do setor fiscaliza cada atividade dos funcionários;
- Quando exige ser copiado em todos os e-mails que a equipe envia;
- Quando qualquer iniciativa, por mínima que seja, precisa passar por sua aprovação…
… Indicam o excesso de gerenciamento.
Tal conduta é totalmente contrária a uma gerência que impulsiona o crescimento dos colaboradores, que cria independência e prepara sucessores para cargos mais altos.
Para não cair nessa prática ou, ainda, para eliminar certos hábitos, é fundamental entender ainda mais as consequências da microgestão.
Por que evitar a prática de microgerenciamento?
Você já notou que uma liderança limitadora não traz nada de positivo para seu negócio, correto?! Ainda assim, é importante entender os efeitos que seus colaboradores e sua empresa podem sentir em função de um gerenciamento mal executado.
4 motivos para evitar o microgerenciamento
Ao observar as principais razões que mencionaremos a seguir, você entenderá porque deve evitar a prática.
1. O microgerenciamento gera improdutividade
E esta baixa produtividade afeta não só a equipe, mas também o próprio gestor.
As cobranças excessivas e o monitoramento constante provocam ansiedade e insegurança no time. Os funcionários, então, se veem diante de uma limitação que pode causar bloqueios e resultados insatisfatórios.
Além disso, o próprio líder utiliza seu tempo inadequadamente ao optar por controlar em detalhes o trabalho dos outros. Na verdade, poderia investir tempo em treinamentos para o time, delegando as tarefas para sua equipe.
2. Aumenta a rotatividade de colaboradores
Dificilmente as pessoas vão se manter por muito tempo em uma companhia que os controla tanto, concorda?
Funcionários insatisfeitos tendem a buscar por outras oportunidades, nas quais se sintam mais valorizados e tenham maior liberdade. Sendo assim, a alta rotatividade de servidores na empresa é uma das principais consequências do micro gerenciamento.
Se quiser estimular o progresso do time, a microgestão precisa ser evitada já! Caso contrário, a rotatividade só vai gerar perda de conhecimento e credibilidade diante do universo corporativo.
3. Os funcionários ficam dependentes
Pense da seguinte maneira: a partir do momento que os colaboradores são instruídos a informar a liderança sobre cada passo e cada atividade que realizam, a autonomia deixa de existir.
O resultado disso é uma dependência por parte da equipe, que passa a se sentir insegura e sempre precisará da aprovação do chefe do setor para qualquer tarefa. E se perde-se, ainda, o senso de criatividade, já que tudo é limitado pela ausência do líder.
Afinal de contas, o objetivo do gestor é desenvolver as skills dos colaboradores, trazendo mais engajamento e motivação, ou simplesmente eliminar qualquer possibilidade de aprendizado e evolução? Vale a reflexão!
4. Compromete a integração da equipe
Por fim, o convívio entre os integrantes da equipe também sofre com esse tipo de gestão.
O relacionamento entre as pessoas de um mesmo time e também entre os demais setores é de extrema importância para a harmonia no ambiente de trabalho. Porém, com uma liderança ineficiente, há obstáculos.
Isso porque o peso das exigências, controle e críticas constantes não contribui em nada para que os colegas se relacionem bem em um ambiente tão desgastante. Inclusive, é possível que comece a surgir um cenário de competição e não de colaboração .
Os riscos extras do microgerenciamento
Nota-se que a prática é prejudicial para a empresa e os danos não se limitam ao trabalho das pessoas, mas também afetam sua saúde mental. Por isso, é importante adotar práticas que mitiguem este tipo de situação, como por exemplo o Management 3.0.
Nunca é tarde para mudar! Portanto, ao menor sinal de microgerenciamento, reveja suas atitudes e busque soluções práticas para a melhoria.
Para desenvolver um bom perfil de liderança, é necessário comunicar-se com empatia, cobrar somente quando for preciso, delegar funções, confiar na sua equipe e dar feedbacks aos colaboradores. Assim, você evita o microgerenciamento e abre portas para a evolução para todo o time.
Se você gostou deste artigo sobre os perigos do microgerenciamento para a sua gestão, não deixe de ler o nosso outro texto sobre os 4 Perfis de Liderança que estão mais em alta durante a Pandemia!