Por que é tão difícil deixar de adoçar o café?

Se mudar faz parte da vida porque é tão difícil? Em um momento da minha vida, fui desafiada a tomar café sem açúcar. Eram muitas as razões para fazê-lo, desde os apelos relacionados à saúde até os prazeres de sorver o café e desfrutar de cada nota. Relutei, fui diminuindo gradualmente, levou um tempo e por fim – mudei! 

Experimentar mudanças

Experimentar mudanças pode gerar sentimentos diversos nas pessoas. Uma mesma situação vivenciada por pessoas diferentes pode impulsioná-las à ação ou paralisá-las.

Temos consciência dos ganhos gerados pela mudança e das perdas ocasionadas pela não implementação de determinadas ações. Porque então procrastinamos ou não conseguimos sustentá-las?

São tantas promessas feitas a cada virada de ano, que acabamos nos sentindo frustrados, desacreditados e infelizes com a falta de disposição, disciplina e determinação para fazer acontecer.

Quantas vezes escutamos afirmações como: Quero parar de fumar, Preciso emagrecer, Vou praticar um esporte, Vou buscar um trabalho com maior “work life balance”… Os dias, semanas e meses passam e nada acontece.

“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.” – Albert Einstein

Também observamos pessoas que param de fumar por um tempo e acabam retornando ao vício, que emagrecem e pouco tempo depois experimentam o efeito sanfona, que se matriculam na academia e frequentam algumas vezes e desistem, que mudam de trabalho e mantém os hábitos e rotinas extenuantes do trabalho anterior…

Implementamos mudanças e somos incapazes de sustentá-las

Desenvolvemos habilidades extraordinárias para justificar aos outros e a nós mesmos o “novo” fracasso. 

Continuamos acessando soluções milagrosas e idealizando relações profissionais e pessoais. Tudo isso com um único objetivo: fugir da “dor” que a mudança exige.

No último ano, fiz parte de um grupo de estudos, promovido pelo ICF – International Coaching Federation, que teve como base o livro de Robert Kegan e Lisa L. Lahey  intitulado Imunidade a Mudança. Fui atraída pelo tema e me juntei ao grupo com o objetivo de aprender mais como enfrentar minha própria dificuldade de sustentar  mudanças que geram muitos benefícios para a vida pessoal e profissional e é claro também obter aprendizados para contribuir com os desafios de mudar dos clientes.

Para mim, muitas mudanças são fáceis e com facilidade e desprendimento, as implemento. Outras são muito difíceis: livrar-se do desapego, manter uma dieta saudável, etc.

“Imunidade à Mudança é uma dinâmica oculta que ativamente (e de forma brilhante) nos impede de mudar por causa de sua dedicação a preservar nossa maneira atual de abstrair significa, entender as coisas (nossas crenças).” Kegan & Lahey

Dinâmica interna

Esta dificuldade de mudar é retratada pelos autores a partir da descoberta de uma dinâmica interna que nos mantém em nossa situação atual, no “quentinho” nos impedindo de mudar e preservando nossa maneira de abstrair significado e de entender as coisas. E nomearam esta dinâmica de “Imunidade a mudança”. Fazendo um paralelo com o sistema imunológico de nosso organismo que se defende frente às potenciais infecções ou doenças, observamos que o mesmo acontece com nosso sistema mental que busca nos preservar e nos manter em uma zona de conforto. Esta zona de conforto, mesmo sendo nociva, como já a conhecemos, nos parece ser “mais fácil” permanecer nela do que enfrentar os medos internos para gerar a mudança e o crescimento pessoal.

“A zona de conforto é um lugar seguro”

A metodologia de Imunidade a Mudança abrange a construção de um mapa, uma espécie de diagnóstico do mecanismo interno de cada um que impede a mudança. Exploramos comportamentos que trabalham contra nossos objetivos.

Os autores reportam que as mudanças bem sucedidas são resultados de três grandes ingredientes:

• Coragem e determinação – fonte vital de motivação.
• Envolver simultaneamente o pensamento e os sentimentos – mente e coração
• E o ainda mais importante: unir o comportamento e a mente – colocar em ação.

Quantos de nós conhecemos e vivenciamos situações extremas de pacientes que irão morrer se não mudarem os hábitos e seguir uma recomendação médica. Mesmo tendo consciência disso, somente um em sete reúne motivações para mudar, mesmo diante de uma situação de vida ou morte.

Isto também nos remete para as nossas atitudes frente a uma importante área de nossa vida: a carreira.

O quão difícil é tomar a atitude de mudar, de buscar uma atividade profissional que me realize e possibilite o uso de todo o meu potencial? 

Muitas vezes, não conseguimos sequer saber o que queremos neste momento de vida e carreira. Vamos concordar que é muito mais fácil reclamar e nos lamentar sobre o trabalho que não me realiza, sobre a liderança que não me inspira, sobre o baixo reconhecimento, sobre os planos que um dia farei; do que nos mobilizar para a mudança.

Hoje, que tal iniciar a jornada de mudanças que você tanto quer? 

Tem alguma lista sobre o que fazer? Não. Cada pessoa é única e tem seu próprio sistema de crenças, pensamentos, preocupações, medos, inseguranças. 

Então, uma única dica: Consulte o seu coração e a importância daquilo que você quer realizar de mudanças na sua vida.

Quando decidimos por algo e começamos a nos mexer, o universo faz a parte dele.

Não dá para desfrutar o melhor do café sem eliminar a adição de açúcar!

Me conta o que queres mudar!

Obrigada pelo seu tempo!

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E você? Como já tem ideia do que precisa mudar”? E continue acompanhando mais conteúdos com este pela Newsletter Café com Sassá no LinkedIn!